LUPIN - Célebre personagem da cultura francesa!
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João Biabar, 16.10.2020
Que a nova série da Netflix, Emily in Paris, está dando o que falar é um fato inquestionável! A começar por parte da imprensa francesa, que a acusa de ter exagerado nos clichês e nos estereótipos para criar uma imagem idealizada de Paris, distante da realidade. Mas, a considerar pela quantidade de publicações sobre a série, incluindo matérias em sites como o da Vogue e da Elle, a série tem se destacado, seja porque é gravada no cenário parisiense, seja porque é fashionista, ou seja, porque fala e muito de romances – e tem coisa melhor? Não tem, né?
Emily in Paris é uma série cujo título me fez lembrar o filme O Diabo veste Prada, de 2006 (se o título foi uma jogada de marketing, ela funcionou muito bem comigo, porque eu fui logo conferir do que se tratava). No filme, tem uma Emily que não conseguiu viajar a Paris, substituída, de última hora, pela Andrea, essa, sim, a protagonista da estória do filme. Eu imaginei que fosse, agora, a hora das coisas darem certo pra ela, indo viver e trabalhar em Paris!
Mas, não! E, apesar de algumas coincidências entre o filme e a série, como o fato de ambas as protagonistas serem americanas, convidadas de última hora para fazer um trabalho em Paris, a série da Netflix não é sobre a Emily de O Diabo veste Prada.
A história da série é sobre outra Emily, uma profissional de marketing que aceita substituir a sua chefe, num acordo de última hora, como já falei, com o objetivo de passar um ano trabalhando em Paris, mas, com um detalhe, sem o domínio do idioma francês!
Sem o conhecimento do idioma francês e, desafiando a cultura local, Emily se envolve em uma série de trapalhadas, seja no mundo corporativo, seja na vida pessoal.
Apesar das dificuldades de comunicação, e da fritura que sofre por parte de sua chefa francesa, Emily não se deixa intimidar e persegue o seu sonho de realizar-se profissionalmente ao se prontificar constantemente para atualizar as estratégias de marketing da empresa, baseando-se na possibilidade de alcance e interatividade que as redes sociais oferecem.
E as dificuldades para Emily não terminam por aí! O seu namorado, por exemplo, termina a relação com ela em razão da viagem, e o faz por telefone!
Mas, nada consegue, abalar a sua confiança em si mesma e esse é o ponto alto da série! De trapalhada em trapalhada, Emily vai construindo relações confiáveis e acaba tornando o seu mundo mais encantado. Surgem alguns pretendentes e ela não recusa essas oportunidades de transformar tais interesses em alguns romances, quando isto lhe convém!
A série é filmada em Paris e tem Lily Collins como protagonista. Ela, que transmite uma energia incrível ao longo dos 10 episódios, é filha do Phil Collins, de quem deve ter herdado o seu ótimo talento para as artes.
Os poucos comentários sobre a fotografia, encontrados em publicações na internet, referem-se à série como um show para os olhos ou como uma oportunidade para ver cenários incrivelmente perfeitos.
E quem seria o responsável por essa mágica visual? O diretor de fotografia da série é Steven Feirberg, membro da Associação Americana de Cinematografistas (ASC). Steven é americano, nascido em Detroit (Michigan), em 1954.
Ele é conhecido por seu trabalho em filmes tais como Infidelidade (de 2014), Fama e Amizade (de 2015) e Amor e outras drogas (de 2010). Ele foi o ganhador de um prêmio da ASC em 2002, por seu trabalho em Attila (de 2001). Ele é irmão do ator e diretor Andrew Fierberg, responsável pela produção dos filmes Secretária (de 2002) e Hamlet: A vingança e Tragédia (de 2000), dentre outros filmes.
Steven estudou em Stanford, uma das melhores universidades americanas, e passou um ano em Oxford, em um programa de intercâmbio para estudar drama, cinema e fotografia britânicos. Ele já fez trabalhos visuais para a rede americana ABC e também para o canal HBO.
A fotografia, de excelente qualidade, se caracteriza por ser, quase sempre, clean, especialmente nos ambientes fechados e corporativos, quando se utiliza de uma paleta de cores de tonalidades pasteis.
As cores se tornam mais intensas, no entanto, em cenários como museu e boate, quando, então, o diretor lança mão de paletas de cores nas tonalidades azuladas, violetas, verdes ou vermelhas.
Falando em ambientes fechados, ele explora muito bem e com frequência as luzes naturais provenientes de janelas, em cenas muito bem posicionadas.
Steven explora com bastante frequência o efeito bokeh, quando as luzes ao fundo ficam desfocadas, destacando pessoas que conversam num primeiro plano, um efeito que ele explora bastante em cenas noturnas.
O director também sabe aproveitar bem as paralelas das linhas arquitetônicas nas tomadas realizadas em ambientes externos, em especial em calçadas, fachadas e pontes. Demonstrou um excelente uso de ângulos entre os falantes, quando as conversam, comem e se divertem.
Em algumas ocasiões, podemos ver que Steven lança mão de drones, inclusive para mudar completamente de cenário, como, por exemplo, quando Emily chega em seu apartamento e se dirige a janela. Um drone é posicionado à frente da janela e podemos ver quando ele se eleva e ruma para região da cidade de Paris.
Reparei também que ele sabe, como poucos fotógrafos, estabelecer um diálogo de formas, texturas e cores entre objetos em planos distintos!
Bem, pessoal eu vou ficando por aqui, mas semana que vem tem mais! Boa semana e até lá
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Escrito por João Luís.
Sobre mim Oi, meu nome é João Biabar, sou fotógrafo, há mais de 10 anos, professor de artes (fotografia) e escritor. Adoro series, filmes, músicas e, claro, fotografia. Consulte-me sobre aulas e cursos de fotografia. SIga-me no Twitter (@joaobiabar) para receber minhas novas publicações.
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